6 de agosto de 2010

O véu

Serve esta entrada para dar início à minha colaboração neste blogue - a qual, à imagem da presente entrada, será mais cultural do que teológica - e para adicionar à lista de blogues o The Chant Café, blogue onde se fala de música sacra, de latim e de tradição.
Faço-o com o excerto de um texto que fala sobre as partes da Santa Missa, este, concretamente, sobre o Ofertório e a Comunhão Eucarística:
«(...) The chalice in which the LORD’s Precious Blood will become present is placed on the altar under a veil. There are many veils in the church, and all of them have the same symbolism. A veil partially or completely covers something, pointing to the fact that what is beneath it is a mystery not entirely accessible to man. Thus, much of what has to do with the sacrifice is veiled. The chalice is veiled. The tabernacle where the Blessed Sacrament is veiled, like the tabernacle of old. Inside the tabernacle are to be found veils, which symbolise the veil separating the Holy of Holies from the rest of the temple. The ciborium which contains the Sacred Host has a veil on it after the hosts inside are consecrated.

(...)

The altar itself is often veiled with an antependium, a covering over the whole altar. In the Middle Ages a large veil called the hunger veil hid the entire sanctuary from the people at Mass during Lent, to highlight the separation of man from God by sin. In the East, an iconostasis, a large wall covered with holy images, blocks the view of the people so that they may not gaze on the mysteries and have contempt for them. In the West, rood screens and grilles are often seen in churches to underscore that God and the things of God are sacred, removed from the profane, wholly other. The language of Latin also serves as a veil; the words which are used in sacred worship are different than ordinary words, consecrated for divine use to emphasize that the actions that are taking place now are truly from another world.
(...)»

1 comentário:

André Capinha disse...

Acho este texto interessante, de facto, do ponto de vista cultural, como sugeres, mas também do ponto de vista teológico.
E digo-o, não porque fique bem ou por razão do género, mas porque realmente este texto nos permite reflectir sobretudo em termos da liturgia, quanto a mim, em dois pontos fundamentais:
1. Terá a liturgia actual perdido a dimensão da diferença entre Deus e o Homem, eliminando estes véus?
2. Será o fundo teológico e bíblico deste tema do véu suficiente para que se "retome" o latim, ou a concepção actual da celebração eucarística torná-lo-á impossível?
Não quero aventurar-me a responder, pelo menos para já, a nenhuma das questões, acho que podem ser a base de um debate sobre este tema (ou não, como diz "o outro").

NB: O autor do comentário mantém dúvidas sobre a segunda questão que colocou, como demonstram as aspas lá utilizadas. De facto, a língua latina nunca foi deixada, ao menos em partes das grandes celebrações internacionais ou em algumas fraternidades e institutos, pelo que "retomar" o latim possa ser uma expressão abusiva...